Hermano Penna em meio às filmagens de "Aos Ventos que Virão" |
O novo filme do diretor Hermano Penna- “Aos Ventos que Virão”- praticamente todo rodado em Sergipe, finalmente será exibido por aqui. Depois de debutar na telona, no Cine PE 2013, o longa-metragem estrelado por Rui Ricardo Díaz, Emanuelle Araújo, Luís Miranda, Marat Descartes e Orlando Vieira ganha duas sessões especiais, hoje e amanhã, respectivamente, em Aracaju e na cidade de Poço Redondo.
Na capital sergipana, a pré-estreia será às 19h, no Cine Vitória (Rua do Turista), num evento que marca, oficialmente, a reabertura do cinema do centro da cidade. O filme narra a história de Zé Olímpio (Rui Ricardo Diaz), um jovem cangaceiro que após o bando de Lampião ser dizimado, precisa fugir para São Paulo. Tempos depois, ele resolve retornar ao Nordeste e logo se torna político. É quando descobre a corrupção e a injustiça, ao ver um juiz impedir que seus eleitores possam votar. Revoltado, ele passa a ter atitudes agressivas como protesto.
"Um mosaico de memórias e histórias escutadas em andanças pelo universo do sertão". Essa é apenas uma das possíveis definições do diretor Hermano Penna para “Aos Ventos que Virão”. E um desses fragmentos tem no cerne na história do ex-cangaceiro Zé Julião. O diretor teve contato com a história de Zé Julião quando pesquisava para o filme “A Mulher no Cangaço” no ano de 1976. Na época, conheceu o historiador e escritor Alcino Alves, que lhe contou a história de um certo Zé de Julião , filho de fazendeiros que e sobreviveu à trágica (e porque não dizer épica) emboscada na fazenda de Angicos na qual Lampião e seu bando foi morto, um marco no declínio do cangaço. Zé de Julião migrou para o Rio de Janeiro para trabalhar na construção civil e depois ao retornar para Sergipe entrou na política.
O diretor ressalta, porém, que a história não é uma cinebiografia de Zé Julião ou muito menos um filme sobre cangaceiros. “Sempre evitei marcar o filme com símbolos visuais que o ligasse a um regionalismo tradicional, e principalmente ao Cangaço. O filme dialoga com o fracasso histórico de nossas instituições em construir uma ordem social que contemple, através da justiça para todos, a plena cidadania.”
Além do diretor Hermano Penna, estarão presentes na noite da pré-estreia os atores Rui Ricardo Diaz, Luís Miranda, Emanuelle Araújo e Orlando Vieira. “Aos Ventos que Virão” foi patrocinado pelo Governo do Estado, que condicionou o apoio financeiro à participação de agentes culturais sergipanos na produção.
Em Poço Redondo, a exibição do filme será amanhã, às 20h, na praça de eventos do município.
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