sábado, 11 de julho de 2009

"À Deriva" decepciona fã de Dhalia


Eu sou a fã decepcionada. Adoro a imprevisibilidade de "O Cheiro do Ralo" e a ousadia de "Nina", mas achei "À Deriva" do Heitor Dhalia, seu mais novo filme, um tanto quanto...redondinho demais.
O foco da separação de um casal, interpretado por Vincent Cassel e Débora Bloch, visto sob o olhar dos filhos- mais precisamente a filha mais velha, interpretada pela novata e bela, Laura Neiva- é o mote desse filme delicado, mas um tanto quanto insosso.
Ainda que tenha tido uma boa recepção na abertura do II Festival Paulínia de Cinema, "À Deriva" demora a embarcar, e a impressão que fica, é que os vazios existentes no filme não o preenchem tanto quanto os diálogos inflamados que poderiam ocorrer entre pai e filha, por exemplo.
O elenco de uma forma geral não compromete a trama, mas esta é frágil. Como a inocência de Filipa (Neiva) que vai se transformando aos poucos, até fazer com que a adolescente se inicie sexualmente e veja as relações interpessoais com outros olhos.
A fotografia deslumbrante Ricardo Della Rosa e a direção de arte de Guta Carvalho seguram a onda, mas não o suficiente para o espectador, às vezes, se sentir "mareado".
Senti falta de um clímax maior, mas gostei da ousadia de Dhalia ao insinuar, mesmo que sutilmente, uma relação incestuosa entre o pai e a filha. Os sergipanos talvez tenham a oportunidade de conferir tudo isso no final desse mês, quando o filme estreia nacionalmente.
Bom, é isso. Talvez eu acrescente mais coisas aqui, depois.
Tô correndo agora, porque já vai começar mais uma sessão...
Até mais.

Texto e Fotos: Suyene Correia
Foto 1: Débora Bloch e Heitor Dhalia participam do debate sobre "À Deriva", na manhã seguinte à exibição
Foto 2: Os franceses se encantaram com a beleza de Laura Neiva em Cannes. Resultado: a jovem atriz irá posar para revista de moda francesa muito em breve

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