segunda-feira, 3 de novembro de 2008

"CHE" mobiliza crítica e público na Mostra de Cinema de SP




Se teve um filme disputadíssimo nessa 32a edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, ele se chama "Che". O filme dirigido por Steven Soderbergh e produzido por Laura Bickford, que traz o ator porto-riquenho, Benício Del Toro, encarnado o guerrilheiro argentino foi exibido no último dia da Mostra (quinta-feira passada), pela primeira vez no Brasil em sessão aberta ao público. Na terça-feira anterior, houve sessão reservada para imprensa em uma sessão quase lotada. A maioria dos colegas jornalistas, que eu havia conhecido em Paulínia, por conta do I Festival Paulínia de Cinema, estavam surpresos com a adesão dos veículos de comunicação.
O filme que tem quatro horas de duração e foi dividido em duas partes ('Che' e 'Guerrilha'), com um intervalo de meia hora entre as duas exibições, causou-me enfado.
Não é que o filme seja ruim, pelo contrário. A direção de Soderbergh, as atuações de Del Toro e dos atores coadjuvantes, sobretudo Santoro (Raúl Castro), Demián Bichir (Fidel Castro) e Jorge Perugorría (Joaquín), fazem jus à expectativa toda criada em torno da película.
O problema é que o filme é um tanto didático, por vezes, verborrágico, e transcorridas três horas de exibição, a vontade que dá é de sair do cinema.
Terminei fazendo isso por outras razões (tinha outro filme programado para 13h30) e saí no meio da segunda parte- "Guerrilha" que parecia ser mais emocionante que a primeira. De qualquer forma, quando questionei os colegas dois dias depois na coletiva, o que acharam, a palavra "cansativo" perpassou em todas as opiniões. Excetuando Rosário Caetano que amou o filme e teceu elogios em seu "Almanakito", não ouvi tantas rasgações de seda assim.
Na coletiva ocorrida na manhã da última quinta-feira, tivemos a presença de Benício Del Toro, Rodrigo Santoro e a produtora Laura Bickford. Antes do blá-blá-blá, aconteceu a sessão de fotos e penei para conseguir bons registros em meio a um turbilhão de flashes. O problema é que não tínhamos autorização para fotografar durante a coletiva, e decidi seguir à risca a regra estabelecida, ainda que alguns ousados, tenham quebrado a regra pouco minutos depois.
Enfim, a conversa foi interessante, com Rodrigo contando como convenceu Soderbergh a colocá-lo no elenco, a estadia de um mês e meio em Cuba, para conhecer a cultura daquele país e o intensivão que fez com um professor cubano, residente em Petrópolis, a fim de aprender o espanhol peculiar da terra de Fidel.
Já Del Toro disse que a principal diferença entre esta película e as outras que abordaram o mito Che, é que esta tem Santoro (fazendo uma piada). Com um tom mais sério, explicou o trabalho de pesquisa exigido para este filme (cerca de cinco anos) bem como sua personificação com relação ao médico argetino que se transforma em guerrilheiro. Trabalho que lhe rendeu a Palma de Ouro em Cannes de Melhor Ator.
Bickford explicou porque o filme não pôde ser rodado em Cuba, bem como foram escolhidas as locações (México, EUA, Espanha e Bolívia). Disse ainda, que o casting foi escolhido, mesclando nomes já tarimbados, com novos atores latinos. E ainda acrescentou que se o filme não fosse subsidiado pela espanh, dificilmente sairia do papel.
Em fevereiro a primeira parte do filme deverá ser lançada nacionalmente, ficando a segunda parte para o mês de março. Agora, é esperar para revê-lo (na íntegra).


Fotos e Texto: Suyene Correia

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