domingo, 21 de setembro de 2008

Samba-Canção: humor tosco mas inteligente

O filme em cartaz no Cine Cult (diariamente, às 15h10, no Cinemark) é o mineiro "Samba-Canção" de Rafael Conde. Já havia assistido a alguns curtas dele, como o excelente "Françoise" com Débora Falabella e o instigante "Musika" com Bete Coelho. No entanto, um longa do rapaz, esse é o primeiro que vejo e me admirei com a versatilidade com que ele filma.
Se analisada a sua filmografia, são diferentes temas que ele aborda com diferentes olhares e a maioria com resultados positivos. "Samba-Canção" pode ser considerado um desses filmes bem-sucedidos.
Proposital na sua maneira tosca de filmar, Conde realiza uma comédia em que satiriza a forma de realizar produções cinematográficas no Brasil. Calcado num elenco desconhecido (pelo menos, de não globais) porém bem afiado e com participações de José Mojica Marins, Gorete Milagres e Maurício Tizumba, "Samba-Canção" não desafina e leva o público a uma profusão de gargalhadas como num show de palhaços num picadeiro.
O personagem principal- Zé Rocha- é extremamente desajeitado contrastando com outros bizarros que o cercam, a começar pela mãe- Dona Martírio- e a produtora Edna Marla que no final, se revela muito mais bizarra do que parece.
Durante sua aventura em conseguir patrocínio para seu primeiro filme, Zé Rocha vê seu sonho de filmar em 35 mm, descambar para um P&B, depois 16 mm, super 8 e vídeo, efeito que nós, espectadores, vivenciamos através da perspicácia de Rafael Conde.
A película pode até não ser novinha (a produção é de 2002), mas merece ser conhecida já que é filha única (única cópia) e um show de irreverência e referências cinematográficas.
O filme fica em cartaz até dia 25 de setembro, data em que será aberta, às 19h, na Galeria do Cine Cult uma nova exposição com trabalhos de Adriana Hagenback e Hortência Barreto.

Suyene Correia

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