segunda-feira, 7 de julho de 2008

Paulínia abre espaço para os debates




No terceiro dia do I Festival Paulínia de Cinema, o evento abriu espaço para os debates mais engajados com discussões envolvendo críticos e jornalistas especializados na área de cinema.
Depois do bate-papo com o diretor Reinaldo Pinheiro do "Nossa Vida Não Cabe Num Opala" (sabe que depois do debate, acho que darei uma segunda chance ao filme?) acompanhado de outras personas envolvidas na produção, consegui finalmente entrevistar o generoso Rubens Ewald Filho (de quem sou fã há 27 anos).
A conversa fluiu muito bem durante o almoço e Rubens foi revelador em alguns momentos (em breve publicarei a matéria no JC). Segui então para a Escola Magia do Cinema (O NPDOV está precisando conhecer esta escola...), a fim de debater sobre a relação da Imprensa com o Cinema Nacional.
Foi durante este debate (que se configurou numa conversa informal), envolvendo os jornalistas Maria do Rosário Caetano , Luiz Zanin, Carlos Merten (fotos acima), Hermes Leal (Editor da Revista de Cinema), entre outros, que Rubens me fez uma surpresa: me chamou ao palco para falar um pouco da minha experiência jornalística e minha paixão sobre a Sétima Arte.
Fiquei muito feliz e honrada por conta dessa inserção no grupo. Foi uma prova de extrema gentileza do Rubens que é um ótimo anfitrião (juntamente com a Tatiana Quintella- Secretária de Cultura do Município).
À noite, continuei a maratona do festival, assistindo ao execelente filme de animação "Dossiê Rê Bordosa do César Cabral, ao iressistível documentário "Waldick, Sempre no Meu Coração" de Patrícia Pillar e ao longa "Pequenas Histórias" do Helvécio Ratton.
O primeiro fez a platéia delirar!! A animação em stop-motion bastante elaborada do Cabral, que faz um retrospecto da vida dessa personagem marcante do cartunista Angeli, tenta explicar porque a "vida" da Rê Bordosa foi abreviada. Com um apuro na criação dos personagens e com um roteiro prá lá de escrachado, o Dossiê entra para a história da animação brasileira como um dos filmes mais divertidos já feitos.
O documentário sobre Waldick Soriano é triste, porém revelador em alguns momentos. A estréia de Pillar (que não pôde vir à exibição por conta das gravações de A Favorita) atrás das câmeras não poderia ter sido melhor. O homem que vemos na tela é amargurado, seco e infeliz (ele diz que não conheceu a felicidade, apesar de estar à procura dela esse tempo todo), ainda que tenha
tido seus momentos de glória e seja bem quisto por muitos (de admiradores antigos aos mais novos, que são hipnotizados por aquele vozeirão).
No entanto, a busca de um amor que não veio (pelo menos as mulheres que se envolveram com ele, ainda o amam), as desavenças com o filho e a doença marcam o filme com uma áurea depressiva. Mas vale a pena ser visto. Deve ser visto, na verdade. Patrícia Pillar tem futuro como realizadora.
Só não gostei muito de "Pequenas Histórias". É um filme mais para crianças. As duas primeiras que são mais folclóricas -sobre o Casamento da Iara e a Procissão das Almas-perdem de longe para O Espírito de Natal e Zé Burraldo.
O Espírito traz o talento inquestionável de Paulo José e Zé Burraldo é vivido por Gero Camilo numa personificação impagável bem ao seu estilo. Mas vale destacar a participação de Maurício Tizumba (lembra dele em Narradores de Javé?) na história da Iara (Patrícia Pillar) e de Constantin de Tugny como Vevé na Procissão das Almas (primeiro trabalho do garoto no cinema).
Helvécio Ratton sabe como conquistar as crianças, decididamente.

Suyene Correia

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